Lendas urbanas de Ribeirão Preto: conheça histórias que assombram a cidade

  • 30/10/2025
(Foto: Reprodução)
Lendas Urbanas de Ribeirão Preto: Mistérios e Fantasmas Entre o vai e vai nas ruas de Ribeirão Preto (SP), há histórias que não se contam em voz alta. Elas nascem do imaginário popular, circulam em conversas de esquina e atravessam décadas sem perder o poder de arrepiar. Cartas misteriosas, fantasmas de crianças e sons que ecoam por entre os túmulos estão entre as lendas mais conhecidas da cidade. Para o historiador e agente cultural Felipe Gonçalves de Souza, essas narrativas fazem parte da cultura local e revelam como a população lida com o passado. “A força que as lendas urbanas tem é realmente a força oral, de passar a tradição de pai para filho, de amigos, de pessoas que se conhecem. Aqui, por exemplo, em Ribeirão Preto, nós temos lendas que circulam até hoje, essas histórias giram". Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Ao g1, o escritor Aristide Marchetti e o historiador Felipe relembraram três das histórias mais assustadoras que, de tempos em tempos, voltam a circular entre os moradores. Rua João Penteado, no Jardim Sumaré, guarda lenda sobre menino que aparece nas árvores Murilo Corazza/g1 O fantasma da Rua João Penteado 👻Quem passa pela Rua João Penteado, no bairro Jardim Sumaré, principalmente ao entardecer, pode sentir algo diferente. A via, cercada por árvores antigas, é cenário de uma das lendas mais comentadas da cidade: a do fantasma do menino loiro que aparece e desaparece em segundos. Segundo o relato popular, o garoto, que é sempre descrito com roupas de outra época, como calções no joelho e suspensórios, morreu nos anos 1960 após cair de uma pedreira que existia na zona Sul da cidade. "O caso aconteceu em 1965. Dois irmãos estavam brincando ali na pedreira até que um deles caiu, e foi uma queda fatal de 30 metros. Eu tinha oito anos, eu sou de 1957, lembro de ficar muito impressionado com isso na época", relata Aristide. LEIA TAMBÉM: Briga por terras, rixa entre famílias e 'gerações amaldiçoadas': conheça a história de fazendas mal-assombradas A pedreira, hoje, abriga o Parque Municipal Dr. Luis Carlos Raya. A Rua João Penteado, onde o garoto residia, virou ponto de relatos de avistamentos do fantasma do menino loiro de roupas de época. "O pessoal conta que passava ali na João Penteado e via um menininho com roupas características da época antiga, com chapeuzinho, uma roupinha mais antiga. E aí, quando olhava de volta para ver, esse menino tinha sumido. Então ali criou-se uma lenda popular de um fantasma que assombra a João Penteado", diz o historiador Felipe. O episódio, passado de geração em geração, é parte da identidade do bairro. E até hoje quem anda sozinho por ali evita olhar muito tempo para as sombras. Várias lendas de arrepiar giram em torno do Cemitério da Saudade em Ribeirão Preto, SP Murilo Corazza/g1 Sons do cemitério 🛴No Cemitério da Saudade, o mais antigo de Ribeirão Preto, relatos de aparições e sons misteriosos alimentam o imaginário popular há décadas. Entre eles, o de Reinaldinho, um garoto de 4 anos que teria morrido em 1963 e sido sepultado no local. "O Reinaldinho, o senhor Aristides conta o seguinte: em 1963, o menino tinha 4 anos e ele era um garoto que gostava de brincar, feliz, só que ele falece ainda na infância, e com isso ele é sepultado no Cemitério da Saudade", comenta Felipe. A lenda vem de trabalhadores do cemitério, que dizem ouvir, em algumas noites, o barulho de um velotrol, descrito como o brinquedo favorito da criança, se movendo entre os túmulos, mesmo quando o portão já está trancado. "Essa lenda tem base em relatos de fantasmas que o pessoal do Cemitério da Saudade vai contando, porque às vezes você está no cemitério trabalhando à noite e você escuta alguma coisa, um barulho. E o pessoal de lá dizia e quem morava ao redor também, que, em algumas noites, eles ouviam o velotrol do Reinaldinho", explica o historiador. Cemitério da Saudade, em Ribeirão Preto, é palco de algumas lendas urbanas Reprodução/EPTV A carta para o Dr. Edwar 📝 Na década de 1970, um delegado conhecido como Dr. Edwar teria recebido uma carta anônima enquanto trabalhava em uma antiga delegacia de bairro. O envelope, pardo e sem remetente, continha o relato de uma pessoa que afirmava não visitar Ribeirão Preto desde os anos 1950. Ao longo da carta, o autor descrevia as mudanças da cidade como a abertura de novas ruas, o alargamento do leito do córrego, entre outras alterações. Mas, nas últimas linhas, ao comentar sobre a demolição do antigo matadouro municipal, demonstrou seu contentamento e então revelou uma confissão macabra. “Os nove indivíduos que por ali sepultei, entre os escombros e a neblina... jamais serão encontrados.” A história, popularizada pelo escritor e professor Aristide Marchetti no blog Cata Ossos, descreve locais reais da cidade, como o antigo matadouro municipal, que ficava no bairro Ipiranga, e as estações ferroviárias, que foram desativadas nas décadas de 1970 e 1980. Ao g1, Aristide diz que a história foi criada tendo como base crimes não solucionados em Ribeirão Preto. "Eu retratei, na lenda, crimes que aconteceram nos bairros da cidade, principalmente nos Campos Elíseos, Vila Tibério, que não tiveram uma solução". O autor ainda conta que o delegado foi inspirado em uma pessoa que realmente existiu. "Existiu um delegado, não com esse nome, mas que foi um grande amigo meu quando eu era criança. A figura do Dr. Edwar é mais ou menos desse finado delegado de polícia", diz. Biblioteca do escritor Aristide Marchetti Arquivo pessoal Entre o medo e a memória Aficionado pelo tema desde criança, Aristide diz que as histórias de terror de Ribeirão Preto mostram que o sobrenatural é também uma forma de preservar a história. "As lendas têm uma energia muito grande. O inconsciente coletivo fica o tempo todo no nosso sentimento, elas estão guardadas, lá no fundo. É uma coisa mágica mesmo, retido no nosso inconsciente coletivo". O historiador e agente cultural Felipe compartilha do mesmo sentimento. "As lendas populares, elas fazem parte da cultura urbana também. Por mais que não tenha esse registro histórico, fonte primária, são histórias que circulam e fazem parte da cultura. Eu sou historiador e a gente sabe que o nosso trabalho necessita de fontes históricas, porém essa é um atividade diferente, é mais de coleta oral", afirma. Além de historiador, Felipe Gonçalves de Souza realiza visitas ao Cemitério da Saudade, guiando os turistas aos pontos mais conhecidos do local Arquivo pessoal *Sob a supervisão de Thaisa Figueiredo Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2025/10/30/lendas-urbanas-de-ribeirao-preto-conheca-historias-que-assombram-a-cidade.ghtml


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