Justiça decreta prisão de empresário ligado ao PCC e impõe medidas cautelares a ex-vereador de Ferraz de Vasconcelos
18/09/2025
(Foto: Reprodução) Latrell Brito teve a prisão preventiva decretada
Reprodução/Redes sociais
A Justiça decretou nesta terça-feira (16) a prisão preventiva de Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito, e aplicou diversas medidas cautelares ao ex-vereador de Ferraz de Vasconcelos, Flavio Batista de Souza, o “Inha”.
Os denunciados são acusados de frustrar e fraudar o Pregão Eletrônico nº 53/2023 da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos para obter vantagens financeiras. Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), eles integrariam uma organização criminosa estruturada por meio de pessoas jurídicas que simulavam concorrência em processos licitatórios.
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Além de Vagner e Inha, também foram denunciados Márcio Zeca da Silva, Antônio Carlos de Morais e outros ex-servidores da prefeitura de Ferraz, que foram exonerados em janeiro de 2025. Para Márcio e Antônio, assim como para Vagner, o juiz Fernando Awensztern Pavlovsky expediu mandados de prisão preventiva.
O g1 pediu e aguarda uma posição da defesa de Latrell, mas não recebeu um retorno até a última atualização desta reportagem. O g1 também tenta localizar as defesas de Inha, Márcio Zeca da Silva e Antônio Carlos de Morais.
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Inha e os outros denunciados deverão obedecer as restrições impostas, que incluem o comparecimento periódico em juízo, a proibição de manter contato com investigados, a proibição de frequentar empresas ligadas ao caso e a suspensão do exercício de função pública.
Flavio Batista de Souza, o Inha, deverá obedecer as restrições impostas pela Justiça
Divulgação/Câmara de Ferraz de Vasconcelos
A investigação ganhou força após a Operação Munditia, deflagrada em abril de 2024 pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, quando Inha chegou a ser preso junto dos ex-vereadores Luiz Carlos Alves Dias, de Santa Isabel, e Ricardo Queixão, de Cubatão.
Latrell, apontado como dono de empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC), já havia sido condenado em 30 de junho deste ano a 26 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro, em cinco ocasiões. Ele foi preso no dia 27 de janeiro, na Bahia, onde usava um nome falso.
Relembre o caso
Em janeiro deste ano, ex-servidores da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos foram exonerados por envolvimento no esquema investigado pela Operação Munditia.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) o ex-prefeito Flavio Batista de Souza, o "Inha", de Ferraz de Vasconcelos, por fraudes em licitações. Além de Inha, outras nove pessoas também foram denunciadas, incluindo Vagner Borges Dias, o Latrell Brito.
Segundo o MPSP, a suspeita é que o grupo tenha fraudado licitações para favorecer uma empresa ligada à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Em abril do ano passado, Inha, além dos ex-vereadores Luiz Carlos Alves Dias, de Santa Isabel, e Ricardo Queixão, de Cubatão, foram presos na Operação Munditia.
Antes disso, em abril de 2024, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em um imóvel de Latrell, em Mogi das Cruzes. Os policiais tinham um mandado de prisão temporária contra o empresário, mas ele não estava no local.
De acordo com o boletim de ocorrência, na casa, que fica em um condomínio de alto padrão da cidade, foram apreendidas três pistolas, além de 89 munições calibre .380, 50 munições calibre .40 e mais 30 munições 9mm. Todo o armamento estava relacionado a Latrell.
No dia 30 de junho deste ano, Latrell, suspeito de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi condenado a 26 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por cinco crimes de lavagem de dinheiro. A decisão, assinada pelo juiz Antonio Augusto Mestieri Mancini, da 2ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes, também determinou o pagamento de multa e manteve a prisão preventiva do réu, que já havia sido capturado em janeiro na Bahia, onde vivia com identidade falsa após ficar foragido desde a Operação Munditia, em 2024.
Além da pena, a Justiça ordenou o confisco de três imóveis adquiridos com recursos de origem criminosa. Outros dois imóveis citados na investigação não foram incluídos porque já haviam sido vendidos. O juiz negou o pedido do Ministério Público para indenização por dano moral coletivo, entendendo que não houve comprovação de prejuízo direto à sociedade.
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