Caso Luisa Baptista: relembre atropelamento de triatleta, coma de 2 meses e caminho até júri popular de motociclista

  • 14/10/2025
(Foto: Reprodução)
Relembre como foi o atropelamento da triatleta Luisa Baptista em 2023, em São Carlos Grave atropelamento durante treino para Olimpíadas de Paris, coma de dois meses, 100 dias de internação em diversos hospitais, recuperação surpreendente, busca por Justiça e volta às competições. O g1 e a EPTV, afiliada da TV Globo, acompanharam o drama e a superação da triatleta Luisa Baptista desde o dia do acidente ocorrido em dezembro de 2023, em São Carlos (SP). 📱 Siga o g1 São Carlos e Araraquara no Instagram Nesta reportagem, o g1 reuniu alguns dos momentos mais marcantes desses últimos dois anos da medalhista de ouro pan-americana de 2019 até a semana do julgamento do motociclista Nayn José Sales, que vai a júri popular na quarta (15). Ele é acusado de tentativa de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Veja alguns pontos de destaque da cronologia: Grave atropelamento durante treino para Olimpíadas Luisa Baptista sai do coma após 2 meses Crime muda de lesão culposa para tentativa de homicídio com dolo Justiça decide que motociclista vai a júri popular Luisa volta a competir após 1 ano Série da EPTV conta história de superação de Luisa Motociclista é julgado nesta quarta (15) #1 23 DE DEZEMBRO DE 2023 - Grave atropelamento durante treino Luisa Baptista foi atropelada enquanto treinava para as Olimpíadas em estrada de Santa Eudóxia, em São Carlos (SP) Reprodução/EPTV Luisa foi atropelada por um motociclista que não tinha habilitação na Estrada Municipal Abel Terrugi (SCA-329), no distrito Santa Eudóxia, em São Carlos (SP). A triatleta estava de férias e saiu para pedalar com um grupo de ciclistas, já em treinamento para as Olimpíadas de Paris. Na hora do acidente, os colegas estavam afastados e não viram o que aconteceu. Luisa teve múltiplos ferimentos, fraturas na tíbia e fêmur e precisou ser intubada no local. O motociclista Nayn José Sales, de 27 anos, também ficou ferido no acidente e foi socorrido para o mesmo hospital com picos de confusão, além de ferimentos de média gravidade. 24 DE DEZEMBRO DE 2023: A Santa Casa de São Carlos anunciou que uma equipe de intensivistas do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo viria para o interior acompanhar os cuidados de Luisa, que estava em estado grave, na UTI, após a realização de cirurgia. 25 DE DEZEMBRO DE 2023: Triatleta Luisa Baptista é transferida de avião de São Carlos para o HC da USP em São Paulo Prefeitura de São Carlos Luisa foi transferida durante a madrugada para o Hospital das Clínicas da USP, na capital, após ter uma importante melhora por conta da terapia de circulação extracorpórea (ECMO). No mesmo dia, a unidade emitiu um boletim dizendo que a triatleta teve uma melhora hemodinâmica e respiratória. Ainda no dia 25, o irmão de Luisa explicou nas redes sociais a ECMO, que através da tecnologia foi possível estabilizar a triatleta, mas que a luta ainda era muito grande. 27 DE DEZEMBRO DE 2023: Luisa teve o aparelho de oxigenação ECMO retirado, após apresentar melhora hemodinâmica e respiratória. 31 DE DEZEMBRO DE 2023: Oito dias depois de ser atropelada, Luisa foi retirada da ventilação mecânica e começou a respirar sem a ajuda de aparelhos. Nesse mesmo dia, a triatleta abriu os olhos. 3 DE JANEIRO DE 2024: O Sesi iniciou uma campanha de doação de sangue para abastecer o estoque da Santa Casa de São Carlos. 5 DE JANEIRO DE 2024: O motociclista Nayn José Sales, que atropelou a triatleta, prestou depoimento à polícia. Ele alegou que participou de uma festa durante a madrugada, que não bebeu, e que no momento do acidente possivelmente estava acima da velocidade. Ele considera o acidente uma fatalidade e se disse arrependido. 9 DE JANEIRO DE 2024: Após a representação dos advogados que fazem a defesa da triatleta, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o acidente. Caso Luisa Baptista: cena foi alterada após moto ser colocada em outro local; entenda Reprodução/EPTV 18 DE JANEIRO DE 2024: Luisa foi transferida do Hospital das Clínicas da USP para o hospital particular São Luiz Itam. 21 DE FEVEREIRO DE 2024 - Luisa Baptista sai do coma após 2 meses Sessenta dias depois de ser atropelada, Luisa conseguiu falar pela primeira vez. Ela agradeceu a médica Ludhmila Abrahão Hajjar, responsável pelo tratamento, dizendo: "Obrigada por salvar minha vida!". Até então, ela se comunicava apenas pelos olhos. A mãe da atleta descobriu que a filha conseguia responder a estímulos e músicas da banda Legião Urbana marcaram a saída do coma. 9 DE MARÇO DE 2024: Luisa apareceu pela primeira nas redes sociais em um vídeo gravado pelo irmão, durante a visita pet no Hospital São Luiz. Ao lado de suas cachorras Aira e Lessie ela disse que estava se recuperando e que logo estará de volta. (Veja no vídeo abaixo.) Triatleta Luisa Baptista agradece torcida pela recuperação em hospital de SP 17 DE MARÇO DE 2024: Luisa deu os primeiros passos. No vídeo publicado em uma rede social, ela aparece caminhado com o apoio de um andador e dois profissionais. (Veja abaixo.) Triatleta Luisa Baptista dá primeiros após acidente 18 DE MARÇO DE 2024: Luisa comemorou a última etapa de um ciclo de cirurgias. A triatleta postou foto de uma radiografia de tórax, depois de passar por uma correção do ombro direito, e disse que agora deve focar integralmente na fase de reabilitação. 21 DE MARÇO DE 2024: Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, a mãe de Luisa disse que está aliviada com as boas notícias. "Até algumas semanas atrás era uma angústia tremenda, porque a gente não sabia como seria a reabilitação, se ela iria responder tanto a parte motora como a neurológica. Agora a gente sabe que é 100% certo que ela vai voltar", disse Jaqueline. Fotos de amigos e conquistas tomam conta do quarto de hospital onde Luisa está internada em SP Reprodução 17 DE MAIO DE 2024: A triatleta afirmou que seus advogados entraram com uma petição no Ministério Público para mudar a tipificação do inquérito policial de lesão corporal culposa (sem intenção) para tentativa de homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). Nayn José Sales, de 27 anos, que não tem carteira de habilitação, foi indiciado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (que é quando não tem a intenção de matar). Os exames realizados para a constatação de embriaguez ao volante deram resultado negativo “É inadmissível que uma pessoa que pega uma moto ou um carro após uma festa open bar, sem dormir, em alta velocidade, dirigindo na contramão e sem carteira de habilitação saia impune após quase retirar a vida de uma pessoa. Qualquer pessoa sóbria sabe que pode retirar a vida de alguém cometendo tais atitudes”, afirmou Luisa no Instagram. AGOSTO DE 2024 - Crime muda de lesão culposa para tentativa de homicídio com dolo O Ministério Público de São Carlos (SP) muda a tipificação do atropelamento para tentativa de homicídio por dolo eventual (quando se assume o risco de matar) por parte do motociclista Nayn José Sales. Após receber a o resultado da investigação da Polícia Civil, a promotoria pediu novos documentos e exames. 12 DE FEVEREIRO DE 2025: A trialeta Luisa Baptista e o motociclista Nayn José Sales no dia de audiência em Fórum de São Carlos Reprodução/EPTV A Justiça de São Carlos (SP) decidiu que Nayn iria a júri popular pelo atropelamento da triatleta. Na ação do MP, o promotor de Justiça de São Carlos Daniel Henrique Silva Miranda argumentou que Nayn assumiu o risco de produzir o resultado morte com sua ação, pois não tinha carteira de habilitação. Ele ainda participou de festa open bar durante a madrugada, trafegou em velocidade acima da permitida por trecho perigoso de rodovia pública, logo após curva acentuada devidamente sinalizada, na contramão de direção. Vídeos publicados por Nayn Sales nas redes sociais mostram o motociclista pilotando a moto a 107 km/h na mesma estrada onde viria a atropelar Luisa. O limite da pista é 60 km/h. O empresário e triatleta amador Paulo Manzini, amigo de Luisa, percebeu quando um homem não identificado retirou a moto e colocou do outro lado da estrada. Ele afirma que pediu repetidas vezes para que o rapaz deixasse o veículo no local de origem, mas não foi ouvido. A alteração da cena do acidente pode ser considerada crime. Entenda como é feita a perícia: ‘Segunda Largada’: socorristas e peritos comentam alteração na cena do acidente 8 DE JUNHO DE 2025 - Luisa volta a competir após 1 ano Um ano exato após receber alta do hospital, a triatleta voltou a vestir um número de peito e alinhar para uma largada oficial. Ela disputou os 5 km da Corrida do Time Brasil, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. 25 DE JULHO DE 2024: Em recuperação, a triatleta Luísa Baptista iniciou a viagem para as Olimpíadas de Paris a convite da Confederação Brasileira de Triathlon. Ela partiu para a Europa com duas missões: ser peça-chave nas conversas com a equipe de triatlo do Brasil nos Jogos com sua experiência e história de superação pós-acidente, e encontrar a nadadora Ana Marcela Cunha, ouro na maratona aquática em Tóquio e favorita em Paris, de quem é fã. Luisa Baptista volta a competir um ano exato após deixar hospital Rodrigo Sargaço/EPTV 1º DE OUTUBRO DE 2025 - Série da EPTV conta história de superação de Luisa A história de superação da triatleta virou tema da série especial "Segunda Largada", da EPTV, afiliada da TV Globo. Veja aqui todos os episódios. A série vai até o dia 15 de outubro, data marcada para o julgamento do acusado do atropelamento. 15 DE OUTUBRO DE 2025 - Motociclista é julgado nesta quarta (15) O júri popular de Naym está marcado para começar às 10h do dia 15 de outubro de 2025, no Tribunal do Júri do Fórum da Comarca de São Carlos, localizado na Rua Conde do Pinhal, 2061, no Centro. O Tribunal do Júri, previsto na Constituição Federal, é um órgão do Judiciário formado por cidadãos comuns (jurados) que têm o poder de julgar crimes dolosos (intencionais) contra a vida, como homicídio e aborto, em suas formas tentadas ou consumadas. O caso de Luísa Baptista foi levado ao Júri porque o Ministério Público (MP) entendeu que a conduta do réu não foi um acidente culposo (sem intenção), mas sim uma tentativa de homicídio com dolo eventual. Fórum Criminal de São Carlos Ana Marin/g1 Ao considerar que Nayn Sales assumiu o risco de matar, o MP pediu que ele fosse julgado pelo povo, e não por um único juiz. A decisão foi confirmada pelo juiz André Luiz de Macedo em fevereiro de 2025. A defesa de Nayn alega que ele não quis matar nem assumiu esse risco, tratando-se de uma fatalidade causada por imprudência, mas nunca com indiferença pela vida. Ele será julgado por tentativa de homicídio simples com dolo eventual (Art. 121 combinado com Art. 14, inciso II do Código Penal). Tentativa: Porque Luísa sobreviveu graças ao socorro médico, uma circunstância alheia à vontade do réu. Homicídio Simples: Porque a acusação não incluiu, até o momento, qualificadoras (como motivo fútil ou recurso que dificultou a defesa da vítima). O que significa "dolo eventual" e por que é diferente de um crime de trânsito "comum" (culposo)? Essa é a questão central do julgamento. No direito penal, a diferença é crucial: Culpa: o agente causa o resultado por imprudência, negligência ou imperícia, mas não quer e nem assume o risco de produzi-lo. É a base da maioria dos crimes de trânsito, como a "lesão corporal culposa". Dolo eventual: o agente não deseja diretamente o resultado (a morte), mas sua conduta é tão perigosa que ele prevê que a morte é um resultado possível e, mesmo assim, prossegue, agindo com indiferença. É popularmente traduzido como "assumir o risco" ou a atitude do "dane-se a consequência" VEJA A SÉRIE 'SEGUNDA LARGADA': Veja mais notícias da região em g1 São Carlos e Araraquara

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2025/10/14/caso-luisa-baptista-relembre-atropelamento-de-triatleta-coma-de-2-meses-e-caminho-ate-juri-popular-de-motociclista.ghtml


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