Caso Ana Flora Murad: réu é condenado a 26 anos pelo assassinato de idosa em São Carlos
13/09/2025
(Foto: Reprodução) A aposentada Ana Flora Murad foi assassinada em São Carlos
Reprodução/Facebook
O brutal assassinato da idosa Ana Flora Murad, que comoveu São Carlos (SP) e região, teve desfecho nesta sexta-feira (12). O réu Pedro Henrique Santos de Siqueira foi condenado a 26 anos e 2 meses de prisão em regime fechado pelo latrocínio ocorrido no dia 7 de março deste ano.
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A sentença pronunciada pelo juiz Eduardo Cebrian Araújo Reis, da 3ª Vara Criminal de São Carlos, sentenciou o autor do crime a 25 anos de reclusão e 12 dias pelo crime de latrocínio e 1 ano e 2 meses de reclusão e 11 dias pelo crime de destruição de cadáver.
A sentença do magistrado enfatizou o caráter hediondo do latrocínio e negou ao réu o direito de recorrer em liberdade. Ele foi preso no dia 12 de março e aguardava a decisão na penitenciária de Araraquara.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, o crime teve requintes de crueldade. A idosa foi morta em sua residência e estava com o corpo parcialmente queimado, com um pedaço de pano e um fio de nylon em volta do pescoço, evidenciando marcas de esganamento. O assassino era amigo do filho da vítima há 19 anos.
"A sentença só confirmou toda investigação feita pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que foi bem estruturada, com base em provas e através dela refizemos todo o passo a passo do crime, tanto os minutos que antecederam quantos os posteriores, como a dispensa do veículo. O perfil do réu é o exemplo clássico de psicopata, muito frio, e em nenhum momento demonstrou empatia ou arrependimento", disse o delegado responsável pelo caso, João Fernando Baptista.
O réu foi defendido por um defensor público e o g1 não conseguiu contato com o advogado até a publicação desta reportagem.
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Relembre o caso
O corpo da idosa foi localizado no dia 7 de março após o Corpo de Bombeiros ser chamado por uma vizinha para conter as chamas na residência da vítima, no Cidade Jardim. Os integrantes da corporação conseguiram controlar o incêndio e logo depois encontraram a idosa.
Segundo o delegado João Fernando Baptista, o assassino usou o cordão de uma medalha dela e um pano para matá-la. Não havia sinais de arrombamento no local.
O carro dela foi levado, mas foi encontrado no dia seguinte ao crime no bairro Jockey Club, com uma chave no interior e outra no vidro dianteiro. O local é próximo da residência onde o suspeito foi preso.
Ele foi preso no dia 12 de março na residência da família no bairro Samambaia.
"Após o crime, ele pegou o celular e o cartão da vítima, foi numa adega e fez três compras, um copo de chopp, depois trocou de roupa, voltou e comprou mais um copo de chopp e um litro de Campari", disse o delegado.
Na época, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que durante a prisão e buscas no imóvel, foram encontradas as mesmas roupas que ele usava no momento do crime, além de outros objetos que o vinculam ao caso.
O assassino era amigo do filho da vítima há 19 anos. De acordo com a polícia, não foram encontrados indícios de desentendimento entre eles; ainda assim, Pedro Henrique tentou responsabilizar o amigo pelo crime.
"Ele falou que não foi ele, embora tenha confirmado que esteve no local e que foi apenas no banheiro, ele tentou acusar o filho da vítima, tentou jogar, né. Mas confirmou que levou o carro e o cartão de crédito dela e celular. Ainda pesquisou no celular como descobrir se estava sendo investigado ou não", comentou o delegado ao g1 nesta sexta-feira (12).
Crueldade
O crime chocou a cidade e região. Ana Murad foi esganada com uma medalha que ganhou em uma competição de vôlei. Depois, ela ainda foi parcialmente queimada pelo homem. O laudo necroscópico confirmou a morte da vítima por asfixia.
O assassino ainda compareceu no velório da vítima, chorou no caixão e abraçou o filho dela. “Essa é uma das coisas que mais nos choca como seres humanos. Ele ainda mandou mensagens aos outros filhos”, afirmou o delegado na data da prisão.
Segundo a investigação, o suspeito já havia tentado entrar na casa da idosa aposentada outras vezes antes do crime. No dia da prisão, 12 de março, ele estava com algumas marcas de arranhão no corpo.
[NÃO USAR, ERRO NA IMAGEM] Idosa foi identificada como Ana Flora Murad e morava no Cidade Jardim em São Carlos
acidadeon/Arquivo pessoal
Amigo do filho
A aposentada Ana Flora Murad era atleta do vôlei adaptado em São Carlos. Ela tinha 3 filhos, um que vivia com ela e estava viajando, um que mora na Suíça e outro em Ribeirão Preto.
De acordo com a DIG, o suspeito sabia que o filho da vítima estava em Ribeirão Preto (SP) devido ao carnaval e ficaria mais uns dias na casa da namorada.
Na data do assassinato, o réu mandou mensagem para o amigo avisando que havia passado na casa de sua mãe em horário condizente com o crime. Ele teria ficado cerca de 1 hora na residência pouco depois que a vítima chegou de um treino de vôlei.
De acordo com a DIG, o suspeito tinha sido preso recentemente e possui passagens na polícia por roubo e furto. Ele também é usuário de drogas.
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Idosa é morta em casa e tem corpo parcialmente queimado em São Carlos
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